quarta-feira, 28 de abril de 2010

Simples assim

Quarta Feira, estou seguindo o meu caminho, voltando pra casa a pé como geralmente faço quando não está chovendo ou não estou de salto... Seguindo pela Brigadeiro, atravessei a Paulista e continuei em frente... passei pelo Extra, passei pelas inúmeras lojas de sapato, combatendo a tentação de entrar e fazer outro estrago no meu cartão de crédito, e eis que quando estou esperando para atravessar a Rua dos Ingleses, o fato acontece. Uma moto não sabia (ou sabia e simplesmente ignorou) que após a Rua dos Ingleses, não se pode continuar subindo a Brigadeiro, a não ser que seja um ônibus. Pois bem... a tal moto infratora colidiu com um carro que vinha no sentido contrário, descendo a Brigadeiro, e ia entrar justamente na Rua dos Ingleses. Sim, a colisão aconteceu bem na minha frente, enquanto eu esperava pacientemente para atravessar a rua. No momento Losing My Religion do REM soava alto nos meus fones de ouvido, mas não alto o suficiente para abafar os gritos do motoqueiro caído e sangrando, os comentários das pessoas que se amontoavam em volta dele, a revolta do motorista do carro, que apesar de não ser o culpado, vai carregar consigo a culpa por muito tempo...

Eu me considero uma pessoa bastante prática e objetiva. Não gosto de enrolação, drama, complicação, nada disso. Entretanto confesso que fiquei sem ação ali. O que faço? Chamo a ambulancia? Chamo a polícia? Tento acudir o motoqueiro? O motorista?? Alguém pára o mundo que eu quero descer. De repente o motoqueiro não está mais gritando. Morreu. É a primeira coisa que passa pela minha cabeça quando vejo ele ali deitado no chão frio, sem movimento, sem som, sem vida. Não fiquei ali para descobrir. Não consegui.

Um comentário:

Alexandre disse...

ontem estive numa situação um pouco parecida... nao presenciei nada, mas vi o cadáver do motoqueiro que provavelmente foi atropelado por um onibus... isso as 7h40min da manhã qndo eu tinha acabado de acordar da minha pestana matinal no coletivo... comecei o dia atordoado... é foda!